Katharsis, novo
trabalho de quinteto de Itapira mostra que é possível fazer um som variado,
pesado sem preocupação com modas ou tendências
Por
João Messias Jr.
Imagem: Divulgação
Foto: Fábio Zangelmi
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Katharsis Divulgação |
Segundo o Dicionário Online de
Português, a palavra Catarse possui significados como limpeza e purificação. Depois desta rápida
consulta, só resta dizer que o título do novo trabalho do quinteto de Itapira é
mais do que apropriado.
Se
não ficou muito claro, vamos justificar
a argumentação. Limpeza pela excelente produção, feita por Tue Madsen (Paura, The Haunted), que
deixou o som nítido, onde se ouve claramente cada instrumento, desde os riffs, as
levadas da cozinha, até o trabalho de voz e backing vocals, se estiver com
fones, vai se impressionar com o som.
A
purificação é o fato do grupo optar por sair daquele esquema de forminha de
bolo e flertar com outros elementos e tendências, o que faz o disco se tornar
fresco e jovial. O que é evidenciado pela arte da capa, feita por Stan W.
Decker, que pode ser definida como o rompimento de antigos valores e a
aceitação do novo, que está por aí e que não pode ser negado.
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Slasher Fábio Zangelmi |
Musicalmente
o som da banda tem base no thrash, mas há contornos de outros estilos, como o
metal tradicional, hard rock e o death metal, mas tudo aplicado sob uma
linguagem moderna, graças à produção, que deixaram as canções poderosas. Não se
engane com a intro melódica que abre o disco, que pode até iludir o leitor que
vem um disco Bay Area pela frente, mas a banda tem muito mais o que mostrar.
Disposable God mescla death e thrash com passagens cadenciadas. Hostile, que
embora seu começo indique algo direto e visceral quase hardcore, recebe inúmeras
quebras em sua metade. Já Final Day se destaca pelo contraste de peso/melodia
com backings dolorosos e em meio às dissonâncias de Overcome, é possível ouvir
muitas referências de hard rock nos solos.
Mas
o golpe de misericórdia fica por conta de três faixas: Jamais Me Entregar, que
tem tudo para agradar fãs de Trayce e Project 46. Ainda sobre essa canção, vale
dizer que os caras não mudaram sua proposta, apenas fizeram uma canção em sua
língua mãe. All Covered in Blood possui um clima melancólico e vozes arrepiantes que nos remetem ao Alice In
Chains. E como bons alunos, os caras revenciaram os mestres. com uma ótima versão
para Suffocated, do Mosh, um dos grupos que seguiam essa filosofia de criar
algo novo, isso lá nos anos 90.
Bom,
temos que agradecer aos amigos Wellington Clemente (baixo), Lucas Aldi
(guitarra), Lucio Nunes (guitarra), Skeeter (voz) e Taddei Roberto (bateria) por
mostrarem que é possível SIM criar um novo conceito musical sem abrir mão de
sua essência.
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