Realmente é gritante a
evolução musical contida em Wrath of Mind, segundo álbum da banda Statik Mind é
gigante. Mais equilibrado e com canções cheias de tesão como God in the Mirror,
o trio atualmente formado por Thiago Velásquez (voz e baixo), Leonardo Cintra
(guitarra) e Luis Carlos (bateria) comemoram o bom momento do disco, que vem
recebido ótimas resenhas e como consequência, proporcionando ao grupo a
oportunidade de se apresentar mais e mais.
Nesta entrevista feita
com Luis e Thiago, a dupla nos fala da repercussão de Wrath of Mind, as
diferenças dos públicos europeu e sul americano e a entrada do guitarrista
Leonardo após o lançamento do disco.
Por João Messias Jr.
Fotos: Luciano Piantonni
Capa: Divulgação
NEW HORIZONS ZINE: Recentemente o trio lançou seu segundo álbum
“full”, que carrega o nome de Wrath of Mind. Como está a repercussão e
divulgação perante mídia e fãs?
Luis Carlos:
A melhor possível! Se no ano passado fizemos turnês intensas para o começo da
divulgação deste trabalho, neste ano começamos a colher os frutos com ótimas
resenhas em sites e revistas, assim como a possibilidade de começarmos a fazer
shows em lugares que pretendíamos fazer e levar nosso trabalho para onde não
imaginávamos antes, então, tem sido incrível a repercussão do Wrath.
![]() |
Statik Majik Luciano Piantonni |
NHZ: Em relação ao
debut, Stoned on Musik, vocês deram um salto de qualidade como músicos e nas
canções, nas quais falarei mais adiante. Quais as diferenças de um disco para o
outro em relação ao preparo das composições e gravações?
Thiago
Velasquez: Wrath of Mind se apresenta como um álbum mais
homogêneo, resultado de uma formação mais sólida trabalhando com um maior
prazo. Nossa desenvoltura musical enquanto conjunto e conhecimento das
influencias pessoais de cada um, foi o que eu diria como o fator determinante
que foi pouco a pouco “moldando” as faixas do nosso debut. Tínhamos em mente
que queríamos um álbum com refrões mais fortes, riffs grudentos e músicas
empolgantes e pesadas e quando começamos a compor tudo fluiu da forma mais
natural possível. Fora que também investimos em uma produção maior nesse álbum.
NHZ: Agora vamos falar
um pouquinho das músicas do disco. Aproveito para parabeniza-los pela abertura
em God in the Mirror, que possui levadas para ganhar os fãs que nos remete a
clássicos como Love Gun (Kiss). O que os fãs estão achando desse som nos shows?
Luis Carlos:
O feedback tem sido incrível, recentemente tocamos na Colômbia e tivemos palcos
invadiso após o show, um até caiu em cima da bateria (risos). Essa faixa é bem
legal mesmo, não é minha preferida, mas acertadamente ela abre o CD.
Thiago:
Particularmente “God in the Mirror” é uma das minhas favoritas. Acho uma música
matadora tanto pra começar o álbum quanto para começar os shows. Ela possui um
astral muito elevado, uma verdadeira “porradaria” de riffs logo na primeira
linha,com muito peso e melodia. Creio que ao abrir o show com ela, estamos
fazendo-o com chave de ouro, pois conseguimos transmitir a nossa energia pra
galera, mostrando que viemos para destruir tudo (risos). Em geral a reação da
galera é a melhor possível começando a “aquecer” para ir à loucura.
NHZ: Acid Reign é empolgante
do inicio ao fim, com linhas de voz que chamam o ouvinte pra cantar junto.
Conte-nos da criação dos vocais dessa canção.
Luis Carlos:
Ela tem uma pegada mais doom e eu e Thiago imaginamos uma coisa meio “Alice in
Chains” nela, doi isso, creio que deu certo (risos). É incrível como ela é uma
música lenta e grande, mas s pessoas curtem ela demais ao vivo.
Thiago :
A Acid Reign é uma música mais cadenciada. Queríamos fazer uma faixa que
literalmente derretesse o cérebro das pessoas e “tomasse a sua mente” (risos),
por isso seu nome de “Reino Ácido”. Começamos com um riff com uma pegada bem doom,
e começamos a criar a música separada em momentos. Eu diria que nitidamente a
Acid Reign é uma faixa crescente que consegue transmitir bem sua energia a medida em que se acompanha o
contexto da letra, dos momentos musicais e a melodia em si. Acredite, toda essa
divisão foi muito pensada (risos). A linha vocal foi totalmente inspirada no
contexto da música em si, nas suas flutuações e sentimentos referentes a cada
passagem até o verdadeiro “boom” final.
![]() |
Wrath of Mind Divulgação |
NHZ: O disco traz
convidados como o vocalista e produtor Renato Tribuzy e o guitarrista Bebeto
Daroz. Este último, que ficou muito conhecido em São Paulo por seu trabalho com
o Libra fez um belo trabalho em Remembrance, com violões acústicos que nos
fazem lembrar a fase pós-glam dos grupos de hard rock. Vocês deram carta branca
para o músico criar nesta musica ou foi feito em conjunto?
Thiago:
Já tínhamos a ideia anteriormente de ter uma faixa acústica e a Remembrance
surgiu de uma forma completamente natural durante um ensaio. Eu já havia
trabalhado anteriormente em alguns projetos com Bebeto Daroz e sempre gostei
bastante dele tocando. Ele tem uma “pegada” muito limpa com bastante feeling e
peso,. Sempre curti demais o timbre que ele tirava em seus acústicos, foi
quando lhe fizemos o convite para que gravasse a nossa faixa e apesar de a faixa
já ter o seu “esqueleto” pré-estabelecido demos total liberdade para que ele
criasse na mesma. O resultado, bom a faixa fala por si (risos).
NHZ: A banda tem
investido muito em promoção no novo disco, tanto que já lançou dois vídeos. O
primeiro foi para Drowning in Despair e recentemente publicou a versão em
película para Paradoxof Self Existence. Como estão os acessos e o que a galera
vem achando desses trabalhos?
Luis Carlos:
O acesso de Paradox foi nosso recorde, pois em uma semana ultrapassou mil
visualizações.
Thiago:
Acho que vídeo clipe é uma ferramenta essencial de divulgação, mostra digamos
que a “fantasia” da música e transmite uma maior “intimidade” com a mesma,
passa a ser a associação que se é feita ao ouvir a faixa. A galera tem curtido
bastante e movimentado bastante o nosso canal no youtube.
NHZ: Wrath of Mind foi
lançado pelos selos X-Press On Records e Rock Brigade, além de contar com a
distribuição da Voice Music e Xaninho Discos. O que estão achando da promoção e
o que os motivaram a assinar com esses selos/gravadoras?
Luis Carlos:
Foi um bom acordo e todos eles estão cumprindo bem a sua parte. São ótimos
amigos e parceiros e pode aguardar mais novidades por aí.
NHZ: Mas de nada vale
tudo isso se o grupo não faz show. Felizmente a banda gosta de estar na
estrada, tendo se apresentado por diversos estados e recentemente fez um giro
por países sul americanos como a Colômbia. Em relação a Europa e ao próprio
Brasil, o que o lado latino americano possui de diferenças?
Luis
Carlos: O latino americano é mais amável. Claro que na
Europa foi bem legal, mas aqui é mais “caliente” (risos). No segundo semestre
deste ano tocaremos no Peru e na Bolívia e talvez role Europa em 2015.
Thiago:
Realmente não tenho palavras para descrever o como bem fomos recebidos em todas
as nossas passagens pela América do Sul. Tivemos realmente uma união de público
e banda em um só, uma sensação, uma energia e uma receptividade realmente fora
de série (risos).
NHZ: Infelizmente, nem
tudo são flores. Após a gravação de Wrath of Mind, o guitarrista Thiago D’Lopes
deixou o grupo, sendo substituído por Leonardo Cintra. Para você, Luis Carlos,
que está desde o início do grupo, como é ter de correr atrás de novos membros
que se encaixem não apenas no perfil musical, mas pessoal também, pois banda é
relacionamento e convivência?
Luis Carlos:
Nada de anormal. Não é a primeira vez que isso acontece com a Statik, porque a
entrada do Leonardo foi perfeita e é isso o que importa pra banda. Afinal, o
importante é a banda continuar firme e forte e isso já está mais do que
comprovado, pois o que prevalece aqui é o “espírito de equipe”. Léo é um cara
que reúne grandes qualidades não só como músico, mas como profissional. É dedicado,
se empenha demais e investe muito do seu tempo na banda. Então, creio que agora
sim, estamos com uma formação excelente e pronta para encarar novos desafios.
NHZ: Para encerrar,
como é ver que a banda está com 12 anos de
carreira, dois discos lançados, com
uma ótima repercussão? Consideram este o melhor momento da StatikMajik?
![]() |
Statik Majik Luciano Piantonni |
Luis
Carlos: Sim, a entrada
do Léo veio coroar isso. Eu criei a banda em 2002 e vi entrar e sair integrantes
durante essa jornada. Estou muito feliz com o que tem acontecido ultimamente
com a Statik, afinal, não é um trabalho de um, dois anos, são 12 e quem conhece a Statik sabe disso. Só tenho a
agradecer ao Thiago e ao Léo porque o mérito é deles, a equipe da statik e aos
fãs que sempre nos inspiraram e apoiaram.
Thiago:
Pouco posso falar sobre os 12 anos, mas faço parte de pelo menos sete anos de
história (risos). Para mim é uma alegria, uma satisfação e um orgulho imenso,
ter investido toda a minha dedicação e paixão pela música nesses anos de banda
e vê-la crescendo cada vez mais. Sem sombra de dúvidas posso dizer que esse é o
nosso melhor momento e ainda temos muita poeira para comer!!
NHZ: Obrigado pela
entrevista. Deixem uma mensagem aos leitores desta publicação.
Thiago:
Gostaria de agradecer pelo espaço cedido, principalmente a todos que nos apoiam
ao longo dessa difícil jornada, que acompanham o nosso trabalho e aos que lutam
ao nosso lado. Se não fossem vocês, nada disso seria possível! Vocês são a
nossa energia e a nossa maior inspiração. Quero ter o prazer de conhecer
pessoalmente cada um de vocês e abraça-los como irmãos! Estamos juntos!
Obrigado por tudo!
Luis Carlos:
Leiam, curtam e compartilhem esta entrevista. Apoiem o metal nacional. Agradeço
pelo espaço cedido a Statik e obrigado pelo grande apoio. Afinal, sem vocês não
seríamos nada ! OBRIGADO !
Nenhum comentário:
Postar um comentário