Com influências do
metal, grind e HC, quarteto faz é dono de um som direto, urgente e pesado
Por
João Messias Jr.
DNR Divulgação |
Na
vida temos vários tipos de amigos, que vão de prestativos, invasivos, introvertidos,
reservados e aqueles que não tem dó, falam tudo que tem direito doa a quem
doer. O mesmo vale para a música, que tem
um acervo que varia desde aquelas músicas que demoram minutos para mostrar seu
sentido e valor até as mais diretas, que você saca sem cerimônia e, graças a
isso, se diverte muito, como é o caso do primeiro álbum full do DNR (Do Not Ressucitate).
O
quarteto de Jundiaí formado por Raphael Zavatti (guitarra e voz), André “Morto”
(guitarra), Zé Cantelli (baixo) e Thiago Zavatti “Spa” (bateria) reúnem em sua
música elementos do thrash, hardcore e grind, só que adicionando peso, muito
peso, o que diferencia sua música em relação aos grupos que seguem essa
mistura.
Reclame,
faixa que inicia o álbum na verdade é uma intro que mistura noticiários,
televangelismo e programas de auditório que abre caminho para a brutal Novas
Grades. Já Controle Inativo, apesar do baixo inicial citar que vem um HC pela
frente, surpreende, pois é mais lenta (quase sludge) e depois vira uma
porradaria insana. Mas os momentos de diferencial aparecem em Atrofiando Mentes
e Ação e Reação, que possuem algumas passagens que, talvez pelo dinâmica, se
aproximam do rap, sem soar como Stuck Mojo ou Biohazard, felizmente.
Desarmônico
é um tema instrumental que mostra que apesar do peso e brutalidade, mandam muito
bem em nas cordas, graves e bumbos. O disco encerra com Parasitas, que possui
muita energia e um fim que se conecta com a intro inicial. Interessante
dizer que a produção feita pela própria banda e o trabalho de mixagem de
Juliano Oliveira e Emiliano Brescacin deixou a coisa uniforme, sem
artificialismos e sujeira em demasia.
Assim
como um amigo sincero, a música dos caras pode não
agradar os que preferem algo digamos, mais bonitinho e algumas vezes mascarado, mas o disco
é fiel até o osso, como podemos ver em um trecho da já citada Ação e Reação. “Viver na
impermanência ou ser mutável/Mas a essência não se deteriora/Rever os fatos e
os planos, seguir em frente e se levantar.”
Se
for sua praia, não pense duas vezes!
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