Helliday, novo trabalho
de quarteto paulista mostra como beber nas fontes clássicas do estilo sem soar
como cópia e transmitir personalidade
Por
João Messias Jr.
Imagem:
Divulgação
Helliday Divulgação |
Em
seus 27 anos de carreira, o pessoal do Executer sempre teve o hábito de realizar algumas proezas em sua trajetória na música. Lá nos começo dos anos 90, foram
uma das primeiras bandas a fazer demo tapes com capas coloridas, organizar o
próprio festival e talvez, a maior delas: manter a mesma formação até hoje.
Após
um hiato, o quarteto formado por Juca (voz), Elias (guitarra), Paulo (baixo),
Béba (bateria) retornou com força total, produzindo trabalhos com frequência,
tendo como mais recente registro o álbum Helliday, lançado no início deste ano.
Mantendo
a linha característica do grupo, que é uma mescla do thrash oitentista das
escolas americana e germânica, os caras não fizeram o “copie e cole”, mas
injetaram personalidade, como pudemos ouvir na abertura com a faixa-título e a
seguinte, 4:00 AM (Insomnia), essa com riffs iniciais que beiram o metal
tradicional, que depois ganha backing vocals e se transforma num petardo
thrash, mostrando o talento dos camaradas de Amparo. O
estilo que consagrou bandas como Saxon e Iron Maiden é uma constante em quase
todo o disco, inclusive No Sense possui alguns minutos dedicados a essa
vertente, tudo bem encaixado, sem emendas ou costuras. Já Dawn Speech é
agressiva e perfeita para o banging.
Outra
vertente que aparece aqui é o crossover, como os backing secos de Brain Washing
Machine e Deadly Virus. A
thrasher The Big Pocket of the Shark encerra de forma magistral o disco. Dona
de riffs que alegrará os fãs mais devotos do estilo, ganha de vez o ouvinte com
o ritmo veloz e hipnotico conduzido pelos caras.
E
tudo isso não está restrito nas canções, pois tudo o que está presente em Helliday (capa, encarte,
fotos e produção) mostra um retrato de que é possível sim ser fiel às suas origens olhando para
frente e sem comprometer ou descaracterizar o que foi feito lá atrás.
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