Por João Messias Jr.
É verdade que na década de 1990, o thrash metal, seja americano ou europeu, já não causava o mesmo impacto que a uma década atrás. Com isso, as bandas novatas ou veteranas buscavam por novos caminhos.
Uma delas foi o The Mist, que em especial no álbum The Hangman Tree pode-se dizer que fez um disco de vanguarda, trilhando por caminhos não usuais e buscando por algo épico, teatral e pesado.
Com uma formação diferente do debut Phantasmagoria (1989), tendo Vladimir Korg (vocal, Chakal), Jairo Guedz (guitarra, ex-Sepultura), Marcello Diaz (baixo) e Christiano Salles (bateria), o som mantia a aura densa, porém, cheia de novidades.
As músicas, como disse anteriormente, seguem um clima mais épico e teatral, com os vocais de Korg soando como uma narrativa.
" The Hangman Tree é uma visão pessoal que possuo. Eu criei um purgatório. A árvore é a própria pessoa, que é condenada por ela própria, que morre e se transforma numa arvore. É a sociedade condenando as pessoas. Fazendo um inferno interior nelas." Palavras de Korg em uma entrevista para a Rock Brigade em 1992.
Conteudo lírico que conecta-se perfeitamente, tendo músicas hipnóticas (graças a sutis toques industriais), como as inesquecíveis Peter Pan Against the World, a cadenciada Falling into my Inner Abyss, The Hell Where Angels Live (que show de baixo).
Só essas valeriam o disco, mas o pódio fica com Toxin Diffusion, cover do Psichic Possessor (banda que vale conhecer), God of Black and White Images (com um beat não usual na época) e principalmente a trampadíssima The Scarecrow. Fundindo metal tradicional, vocais agonizantes/hipnóticos e um jeitão grudento, é o ápice delirante dessa obra.
Obra que possui uma das artes mais lindas do estilo, a cargo de Kelson Frost (Sarcófago, Witchhammer, Em Ruínas) e uma otima gravação, feita no JG Studios.
O mais legal é ver que a banda retomou as atividades, fazendo shows pelo pais. Mais uma evidência do poder da música feita com o coração, ela sobrevive ao tempo, não perece e conquista novas pessoas.
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