2 de setembro de 2019

MINHA CENA É A MINHA ARTE

Sem se preocupar com modas e tendências, Igor Lopes vai divulgando aos quatro cantos há quase duas décadas

Por João Messias Jr.


A frase do título dessa matéria, dita pela alma do Em Ruínas, o guitarrista/vocalista Igor Lopes, reflete bem a trajetória desses dezessete anos de vida.

São duas demos, um compacto e dois álbuns, que comentaremos um pouco linhas abaixo, começando do debut, ... From the Speed Metal Graves, de 2010.

O que temos nesse disquinho (um digipack de primeira) é um verdadeiro tributo ao metal oitentista, numa mescla de speed metal (Mötörhead) com uma pegada rock and roll, onde temos riffs crus, baixo estalado e uma bateria predominante veloz.

É possível sentir algo de bandas como Hellhammer e Running Wild, o que dá mais autenticidade ao trabalho. 

Em pouco mais de meia hora de música, alguns dos destaques ficam por conta de Nuclear Nightmare (Power in Devastation), Headbanger Race (Warriors of Tomorrow) e Tribute to Brave Ones. 

Outros momentos que devem ser mencionados é que o disco é repleto de participações especiais (a lista é extensa) como Atomic Steif (Violent Force, Holy Moses), Leon Manssur (Apokalyptic Raids) e Angel (ex-Vulcano), além das fotos e a capa feita por Kelson Frost, que leva o leitor aos tempos dos discos da Woodstock e o clássico I.N.R.I. (Sarcófago).



Em 2017, o segundo full, No Speed Limit (Metal Tornado) ganha a luz do dia, que para a alegria dos fãs do estilo, o disquinho apresenta superioridade em todos os aspectos.

Sim, o speed metal visceral foi mantido, mas agora melhor trabalhado, desde a qualidade dos arranjos , até lances mais inusitados. 

Como a composição em português Somente a Morte é Real, dedicada a Martin Ain (Celtic Frost), as já clássicas No Speed Limit (Metal Tornado) e Two Minutes in Ruins.

Vale citar também a versão para Mate o Réu (Stress), aqui rebatizada de Go to Hell e o interlúdio Universalis Conscientia, que encerra o disquinho.

Algumas "tradições" continuaram mantidas como a bela capa, aqui feita por Toni Metal "Correria", que é uma verdadeira viagem, além das fotos que nos leva aos anos românticos do metal nacional.

Longa vida ao Em Ruínas e para todos os grupos/zines/blogs e fãs que lutam para levar a verdadeira arte aos quatro cantos deste planeta.

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