26 de abril de 2020

NA PARTE DE CIMA DA CURVA

Após discos duvidosos, canadenses lançam seu melhor trabalho em anos

Por João Messias Jr.

Ballistic, Sadistic
Divulgação
Ah, o Annihilator, banda de talento que só não conseguiu mais por um simples motivo: a irregularidade entre seus trabalhos. Só para citar alguns momentos: o a mudança de direcionamento em Set the World on Fire (1993), o estranho Remains (1997) e a saída do então vocalista Dave Padden.

Seja lá quais forem os motivos, a verdade é que o Annihilator nunca conseguiu um lugar ao lado de bandas como Testament, Exodus e Death Angel. Porém, como dizem que todos temos uma segunda chance na vida, o quarteto liderado pelo incansável guitarrista Jeff Waters ganha uma nova chance de brilhar com Ballistic, Sadistic.

Lançado em janeiro de 2020, lançado inclusive em território nacional pela Hellion, Jeff e seus asseclas fizeram uma espécie de coletânea musical, agregando elementos do thrash/speed/heavy, com uma caída rock and roll, que somada ao talento de Waters (indiscutivelmente um dos melhores do estilo), fizeram um disco feito pra bater cabeça e obviamente ter orgulho de tê-lo na coleção.

Os primeiros singles, Armed to the Teeth e Psycho Ward(ambas com uma delicionsa caída rock and roll), animam pra caramba, as temos muito mais aqui. A energética Dressed Up For Evil é um exemplo, assim como a pesadíssima Riot e a veloz Out With the Garbage são algumas amostras do poder bélico desse disco, que embora não faça frente ao clássico Never, Neverland (1990), passa na frente de muita coisa que a banda lançou nos anos 2000.

Outro aspecto positivo é a interpretação segura de Waters nos vocais, embora em alguns momentos ele lembre o nosso Silvano Aguilera (Woslom), mas as vozes caem como uma luva no som da banda.

Enfim, tudo funcionando em harmonia, embalado por uma excelente produção, um ótimo projeto gráfico, tudo bem centrado para um álbum que merece brilhar.

Sinceramente, espero que Ballistic, Sadistic seja um recomeço para os caras, que engrenem uma série de álbuns consistentes, pois, apesar das pisadas na bola, o Annihilator (e Waters) fazem por merecer uma sorte melhor, pois o que temos de banda sem sal hoje que possui mais visibilidade que os caras...

Veja o vídeo de Armed to the Teeth: 

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