Guitarrista do Andragonia lança seu primeiro disco solo e prova que a
música instrumental pode ser acessível e ouvida por diversas pessoas
Por João Messias Jr.
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Lab Guitar Experience Divulgação |
Vou ser franco: quando se falava
de música instrumental, sempre tive minhas reservas, pois apesar de saber
que existem artistas que usam a técnica a favor da música, grande parte dos
colegas virtuosos curte aquele lance narcisista de fazer canções e discos para
si próprios, causando desespero a quem vai ouvir e avaliar.
Tanto que nesses mais de 20 anos
de vida no rock, escutei apenas um disco instrumental, que foi The Extremist
(Joe Satriani), que é uma aula de como fazer boa música. Esses tempos, chegou na
minha caixinha de correio o primeiro disco solo do guitarrista
Cauê Leitão, conhecido pelo seu trabalho com o Andragonia. E logo na primeira
audição o moço mostra como que a música instrumental pode SIM ser ouvida por
muitas pessoas.
Como todo disco do estilo, há
muitas partes velozes, com muito peso, dissonâncias e texturas, onde Cauê
mostra toda a sua técnica e que não está para brincadeira, como nas faixas Faith in a Miracle, Chaos in the Ropes e
Taken By the Feeling. Só que o músico encontrou uma receita que deu super
certo aqui e tem tudo para ser o diferencial dele em relação aos seus colegas
de cordas: a sensibilidade.
Essa parte é vista em dois
momentos: nas faixas Beyond the Fight
e Reflection in Groove, que possuem
um clima soul, influenciado pela bossa nova e o blues, que surpreendem e
principalmente pelas intimistas de charme pop Into the Cloud e Power of a
Warrior, que se recebessem vozes, perderiam totalmente o sentido.
Para ouvir, admirar e principalmente, surpreender.
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