Com dez anos de estrada, o quinteto do ABC
paulista pode comemorar mais uma vitória em sua carreira. Formado atualmente
por Ronaldo Coelho (voz), Samuel Dias e Alan Moura (guitarras), Ricardo Dickoff
(baixo) e o novo baterista Caio Imperato tem em seu terceiro álbum, Black
Ocean, um amadurecimento em sua proposta musical, onde o som está mais brutal e
sem tantos elementos hardcore. Nesta entrevista com o guitarrista Samuel Dias e
o baixista Ricardo Dickoff contam do atual momento, a escolha do novo homem das
baquetas e muito mais.
Confiram:
Por João Messias Jr.
NEW HORIZONS ZINE: Black Ocean apresenta um amadurecimento da sua
sonoridade, com a banda mais brutal, trabalhada e com menos partes hardcore.
Como foi desenvolver esse novo conceito musical sem perder as características
da banda?
![]() |
Forka Vivi Carvalho |
Samuel: Tudo está relacionado ao tempo. Conforme ele vai passando,
vamos aprendendo a deixar a banda soar como gostaríamos de ouvir no disco:
rápido e pesado ao mesmo tempo.
NHZ: Essa é para os guitarristas, pois músicas como Nation of Ashes apresentam muita
dinâmica e sincronismo musical. Visto que tocam juntos desde o primeiro CD,
qual o entrosamento de vocês no palco?
Samuel: Na verdade nós conhecemos desde moleques e já passamos
muitas coisas até mesmo fora da banda. Então, quando subimos no palco, tocamos
como se estivéssemos fazendo algo a mais, dentro de inúmeras coisas que já
efetuamos juntos. Esta música foi uma das primeiras composições do álbum.
NHZ: Continuando a falar dos sons, vocês colocaram trechos em português
nas canções Empire Surrender e Forgiveness Denied. Vocês pensam em
incluir mais passagens desse tipo ou até músicas inteiras em nosso idioma?
Ricardo: Fizemos um teste e a aceitação
foi muito positiva, colocando os trechos em português entendemos que trazemos o
publico mais próximos da banda. E com certeza para trabalhos futuros estaremos
aprimorando essa ideia.
![]() |
Black Ocean Divulgação |
NHZ: O trabalho da arte é muito bonito e reflete essa nova sonoridade, com
a predominância da cor preta, com uma espécie de senhor dos mares totalmente
maléfico. Quais as inspirações que os motivaram a criar esse conceito gráfico
mais brutal?
Ricardo: A arte foi confeccionada pelo Rafael Tavares. A nossa
intenção foi uma arte desenhada e quando ele apresentou este contexto do crânio
sobre o mar, piramos e deu indícios de predominância sobre todos nós.
NHZ: Junto com o novo CD, a banda apresenta o novo baterista, Caio
Imperato, que possui um estilo diferente do anterior, Rodolfo Salviatto, pois
aposta numa linha mais cadenciada e se encaixou como uma luva na proposta
musical de vocês. Como surgiu a oportunidade de juntá-lo ao Forka.
Samuel: O Caio foi uma indicação do Amilcar do Torture Squad. Ele é
um cara novo, de mente aberta em relação a musica, um batera bem técnico que
estuda muito e bem tranquilo como pessoa, um achado!
NHZ: Recentemente tive a felicidade de comparecer na festa de
lançamento do novo CD em Santo André , que
contou com a abertura do Negative Control
e teve casa cheia e a satisfação de todos os presentes. Como foram os
preparativos dessa comemoração e se os resultados foram de acordo com o
planejado?
Ricardo: Nossa, foi muito gratificante
para nós. A galera colou em peso além do publico, muitos amigos que apoiam a banda do começo foi
muito positivo. Tentamos deixar o clima de festa mesmo os preparativos foram
simples e as participações da galera do Negative
Control e do DJ Matiello
complementaram perfeitamente.
NHZ: As apresentações da banda são marcadas por muita energia e
entrega. Para vocês, qual a preocupação de fazer um bom show e mesmo assim, se
divertirem no palco?
Ricardo: Acreditamos que o prazer tem que vir tanto da banda quanto
do publico. Fazemos isso espontaneamente e acreditamos que funciona, pois um
show é marcado por diversão, e é isso que fazemos. Já tentamos combinar algumas
coisas no palco mais quando o som começa, todo o combinado some.
NHZ: Vocês se consideram vitoriosos após muita batalha e terem chegado
ao terceiro trabalho, momento considerado crucial para as bandas?
![]() |
Forka Foto: Vivi Carvalho |
Ricardo: Já passamos por muitas coisas
são 10 anos de banda e a cena não ajuda muito. Isso ao longo do tempo vai dando
experiência e você vai aprendendo a como lidar com as dificuldades que uma
banda independente tem. Estamos buscando muito mais, más tudo que conquistamos
até hoje podemos dizer que somos vitoriosos sim porque o principal e gostar do
que se faz.
NHZ: Obrigado pela entrevista! Deixem uma mensagem aos leitores dessa
publicação.
Samuel / Ricardo: Agradecemos o espaço e desejamos sorte a todos,
pois sem este espaço não chegamos ao publico. Esperamos que tenham curtido e
que vamos continuar fazendo o que sabemos de melhor: um barulho independente, más com todo o profissionalismo possível.
Nenhum comentário:
Postar um comentário