Segunda edição do festival contou com apresentações das bandas Command6, Screams of Hate,Trayce, Forka, Hammathaz e Holiness
Texto: João Messias Jr.
Fotos: Bárbara F.Luiz
O
festival Live Metal Fest, idealizado
por Clayton Bartalo (Screams of Hate),
chega a sua segunda edição e tem como proposta apresentar bandas nacionais de
qualidade para o público, que (infelizmente) prefere se restringir aos shows
gringos e bandas covers. Com a missão de mostrar para os bangers o que temos de
melhor, foram convocados os grupos Command6,
Screams of Hate, Trayce, Forka, Hammathaz e Holiness.
Essa
nova edição acabou tendo sua data alterada, que devida a tragédia ocorrida em Santa Maria , que
acabou resultando na interdição de diversas casas no país, dentre elas o
Inferno Club, local da apresentação. Após a adequação da casa com as normas de
segurança, o festival foi realizado no dia 29/3, sexta-feira santa. O que
poderia significar pouco público, mas o Inferno Club acabou recebendo um ótimo
público.
Além
das bandas, o LMF teve a animação da
web rádio Máquina Sonora, que animava
o público com clássicos do rock/metal como Megadeth,
Motorhead, Ozzy, Iron Maiden, entre tantos outros, além de sortearem kits
com materiais dos grupos participantes nos intervalos das apresentações.
A realização de um sonho
Às
16h40, começaram as apresentações e a primeira banda que entra no palco
é o
quarteto gaúcho Holiness. Radicado em São Paulo e atualmente
formado por Stéfanie Schirmbeck (voz), Cristiano Reis (guitarra), André Martins (baixo, Hatematter) e Cristiano Reis (bateria) é um grupo que pode ser uma ponte entre fãs do underground e mainstream, pois suas canções possuem riffs e solos grudentos, que
unidos a bateria complexa e os vocais doces de Stefanie , se tornam um nome a
ser ouvido aos fãs de grupos como Evanescence e Lacuna Coil.
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Stéfanie Schirmbeck Holiness |
O
show do grupo mesclou músicas novas e sons de seu primeiro CD, Benath the Surface,
onde os destaques foram o single Dead Inside e as “antigas” The Truth e
Mine, que confesso ter realizado um sonho ao ver/ouvir essa canção, que graças
ao vocal “clean” de Stefanie e melodias fazem dela um som muito, mas muito
especial para esse que escreve essas linhas.
O
mais legal do show foi que apesar de ser a primeira banda, tinha muita gente
presente para assisti-los.
Novo nome na pista
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Jr. Jacques Hammathaz |
Vindo
de Sorocaba e com dez anos de estrada, a banda Hammathaz tem um som que mescla as escolas do Metalcore e Deathcore,
que pode agradar fãs de bandas como Killswitch
Engage e Pantera, essa banda mais
sentida nos vocais de Jr. Jacques.
Confesso
que foi uma grata surpresa ouvir o som dos caras, que possui muitas
camadas/texturas, cheio de detalhes mesmo, com destaque para a dupla das sete
cordas, que manda muito bem nos riffs, bases e solos, além de não ficarem
presos na velocidade, privilegiando o peso.
Os
destaques da apresentação foram Crawling, Save Your Self, The Old Ways, e a “saideira”,
que contou com Clayton dividindo os vocais num medley com clássicos do
Sepultura, onde foi “concebida” a primeira roda da noite.
Momentos de tensão
Conhecida
pela entrega e postura descontraída, a banda entrou mandando a intro Luna e a
faixa-título de seu recente trabalho. Mas essa apresentação seria diferente,
pois apesar do som vir de forma clara ao público, a banda enfrentou problemas
no som. Após uma pausa, mandaram Own
Blood e Last Confrontation, com
destaque para o novo batera, Caio Imperato, um achado para o som dos caras,
pois o músico é preciso, técnico e não fica “espancando” o instrumento, usa a
força apenas quando necessário!
Ao
executar Screaming in the Shadows, já
com os referidos problemas de som, parou de tocar e encerrou a apresentação
antes do previsto com uma versão para Angel
of Death (Slayer), que alegrou os
que estavam na pista, mas frustrou outros que queriam ouvir mais sons do quinteto.
Atenção gravadoras
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Marcelo Carvalho e Fabrício Modesto Trayce |
Se
eu fosse um agente de gravadoras “major”, se houvesse uma banda que eu
indicaria o trabalho, seria o Trayce.
Assim como o Holiness, o quinteto
formado atualmente por Marcelo Carvalho (voz), Alex Gizzi e Fabrício Modesto
(guitarras), Rafael Palm Ciano (baixo) e Marcelo Campos (bateria) é um nome que
merece ser ventilado para mais pessoas.
Principalmente pela habilidade em construir passagens melódicas e
brutais sem perder o contexto, como foi visto/ouvido em Look At Yourself , Price to Pay, Land of Hatred, que
estão um pouco mais agressivas com o atual vocal.
E
falando no cantor, o cara é um espetáculo, faz caretas, fala uma penca de
palavrões e pula feito um maluco, o que dá um “plus” no show dos caras.
Com
boa vontade da mídia, o Trayce tem tudo para conquistar um público muito maior.
Ódio
Sim,
o quinteto tocou como se fosse a última
apresentação de suas vidas e mandaram um som pesado, extremo e cheio de groove,
que para aqueles que gostam de referências, é uma (grande) evolução de
trabalhos como World Demise (Obituary),
só que mais visceral e compacto.
Um
dos ingredientes da apresentação cheia de gana foi o vocalista Clayton, que
durante o refrão de uma das musicas do set, que dentre outras coisas (será que
foi por causa do som?) dizia ter muito orgulho do que fazia. O show teve como
destaques músicas do novo CD, que
estão mais dinâmicas e extremas, as “clássicas” Fight (que contou com o antigo vocalista, Marcelo), a desgracenta
Revanche e uma insana versão para Fucking
Hostile (Pantera), que contou com
Wash, do Command6.
Outro sonho realizado
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Wash Command6 |
Executando
canções do aclamado Black Flag, a banda quebrou ossos com as canções Crush the
World e Lies So Pure, onde, reforçada de Alex Gizzi do Trayce, mostravam um
poder de coesão e domínio dos presentes, com músicas cheias de dinâmica, peso e
melodia, com destaque para Wash e Johnny, que estavam totalmente insanos.
Após
So Cold, veio o ápice do show: deixou
o palco Alex e entrou Tiago Domingues e executaram Sunshine, o grande hit dos caras, que mostram quão enraizado o hard rock está presente nos corações dos
bangers. Só que depois dessa canção, já com Alex de volta ao palco, a banda
continuou a dementia com a faixa-título do novo CD, que mescla na mesma canção Forbidden e Alice In Chains, o que
prova o nível dos caras.
Jesus
Cry, do debut Evolution? seria a
canção que daria números finais ao evento, mas como ainda havia tempo, mandou
uma apoteótica versão para Slave New World (não precisa dizer de quem é), que encerrou de forma digna o fest,
que tem tudo para estar entre os “tops” dos grupos underground.
Saldo Final
Mesmo
com alguns problemas de som nas apresentações, o II Live Metal Fest faz por
merecer um lugar na agenda dos headbangers. Com duas edições e uma terceira por vir, mostrou que a
cena nacional possui grandes nomes nos mais variados estilos musicais. E como
eu disse numa resenha anterior, já passou do momento de ficarem babando ovo
apenas para grupos consagrados e prestarem mais atenção nas bandas de seu
estado e país.
Outras fotos do II Live Metal Fest podem ser vistas em:
http://www.facebook.com/BarbaraLuizFotografia?notif_t=fbpage_fan_invite
Outras fotos do II Live Metal Fest podem ser vistas em:
http://www.facebook.com/BarbaraLuizFotografia?notif_t=fbpage_fan_invite
Um comentário:
Minhas palavras sao as suas cara! Noizzz
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