Recortes de estilos não usuais ao metal são a receita campeã do novo trabalho do trio santista
Por João Messias Jr.
Ser um trio, fazer um som influenciado pelo thrash e punk rock não chega a ser nenhuma novidade, mas a forma como os caras do Surra faz é de tirar o chapéu.
Sem papas na língua e letras no sentido de "doa a quem doer", Guilherme Elias (baixo/vocal), Leeo Mesquita (guitarra/vocal) e Victor Miranda (bateria) jogam no liquidificador thrash, crossover e punk, tudo bem dosado e feito para os palcos.
Faixas como a visceral Mais um Refém, a cadenciada Bom dia Senhor e a pogante Madeira e Sangue podem ser considerados os clássicos do disquinho, que além de músicas redondinhas, possuem aquele algo a mais que colocam o Surra bem na frente dos colegas de estilo.
A criatividade, que vem por meio de colagens de outros estilos em sua música. Desde os elementos da surf music/reggae de Viver em Santos, até o clima de samba raíz de Virou Brasil PT 1 dão aquele molho que transforma uma música boa num som foda.
Para os amantes do material físico, o digipack é caprichadissimo, com um belo projeto gráfico feito pelo baixista do grupo, uma excelente gravação, além de um encarte que ao abrir, fica como um de vinil e com uma arte inspirada nos trabalhos do Ed Repka (Sanctuary, Death, Atheist).
Se essa for a sua praia, não deixe de ouvir e terá mais uma evidência de som bem feito e que foge do esquema "igual a tudo que se vê".
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