Quinteto faz um som que
tem como base o death metal praticado nas décadas de 80/90
Por João Messias Jr.
Following the Funeral Divulgação |
Numa
cena que anda tão bonitinha, com lançamentos bem produzidos e fotos posadas,
nada melhor do que ouvir um disco que nos remete aos primórdios do estilo:
direto e sem frescuras, como o novo trabalho do Zênite.
A
banda foi fundada nos anos 80 no Pará e após uma pausa nas atividades e
radicada em São Paulo apresenta seu terceiro álbum full, sugestivamente chamado
de Following the Funeral.
Atualmente formada por Marcelo Histeria (voz),
Wellington Tiburcio e Paulinho Cruz (guitarras), Luiz Lobato (baixo) e Sandro
Maués (bateria), o quinteto bebe na fonte daquele death metal crú e direto
praticado nos anos 80/90, que fará a alegria de quem curte Vulcano e a cena
mineira deste período. Só que algumas coisas fazem que o disco não seja apenas
mais um na multidão. Além da pegada citada, a banda enxerta (de propósito?)
algumas referências dos mestres Black Sabbath (principalmente) e Alice Cooper,
o que garante personalidade ao trabalho.
Vamos
falar um pouquinho das músicas. A abertura com Blood já escancara a influência
da trupe comandada por Tony Iommi com seus riffs lentos. Mas logo a canção
descamba para o death dos primórdios.
A
parte mais porrada fica por conta de Worms of the Hate, Return the Devil e
Death to the Dawn, que estão estrategicamente em pontos distintos do disco para
que o trabalho não soe enjoativo ou repetitivo. Outros destaques ficam para os
riffs na cara de Tears of Horror e as passagens mais cadenciadas da
faixa-titulo e de Last Home que podem trazer a lembrança o Cathedral.
Há
algumas linhas acima, falei dos pontos estratégicos. E assim eles deixaram o
melhor para o final com Cursed Cemetery, que começa como um hino de guerra,
conduzida pela bateria, ganha passagens velozes, outras cadenciadas e vocais mais
esganiçados, que fazem vir na cuca a Tia Alice. A produção não é esmerada e
brilhante como as atuais e apenas é o pano de fundo para que os caras mostrem
seu som, o que aqui é positivo.
Com
tantos trabalhos que soam artificiais e sem vida, não há nada mais gratificante
do que ter em mãos e poder escutar um disco que tem “apenas” cinco caras que
plugam instrumentos e microfones e mandam ver,
Nenhum comentário:
Postar um comentário