6 de novembro de 2013

ZÊNITE: SEM FRESCURAS

Quinteto faz um som que tem como base o death metal praticado nas décadas de 80/90

Por João Messias Jr.

Following the Funeral
Divulgação
Numa cena que anda tão bonitinha, com lançamentos bem produzidos e fotos posadas, nada melhor do que ouvir um disco que nos remete aos primórdios do estilo: direto e sem frescuras, como o novo trabalho do Zênite.

A banda foi fundada nos anos 80 no Pará e após uma pausa nas atividades e radicada em São Paulo apresenta seu terceiro álbum full, sugestivamente chamado de Following the Funeral. 

Atualmente formada por Marcelo Histeria (voz), Wellington Tiburcio e Paulinho Cruz (guitarras), Luiz Lobato (baixo) e Sandro Maués (bateria), o quinteto bebe na fonte daquele death metal crú e direto praticado nos anos 80/90, que fará a alegria de quem curte Vulcano e a cena mineira deste período. Só que algumas coisas fazem que o disco não seja apenas mais um na multidão. Além da pegada citada, a banda enxerta (de propósito?) algumas referências dos mestres Black Sabbath (principalmente) e Alice Cooper, o que garante personalidade ao trabalho.

Vamos falar um pouquinho das músicas. A abertura com Blood já escancara a influência da trupe comandada por Tony Iommi com seus riffs lentos. Mas logo a canção descamba para o death dos primórdios.

A parte mais porrada fica por conta de Worms of the Hate, Return the Devil e Death to the Dawn, que estão estrategicamente em pontos distintos do disco para que o trabalho não soe enjoativo ou repetitivo. Outros destaques ficam para os riffs na cara de Tears of Horror e as passagens mais cadenciadas da faixa-titulo e de Last Home que podem trazer a lembrança o Cathedral.

Há algumas linhas acima, falei dos pontos estratégicos. E assim eles deixaram o melhor para o final com Cursed Cemetery, que começa como um hino de guerra, conduzida pela bateria, ganha passagens velozes, outras cadenciadas e vocais mais esganiçados, que fazem vir na cuca a Tia Alice. A produção não é esmerada e brilhante como as atuais e apenas é o pano de fundo para que os caras mostrem seu som, o que aqui é positivo.

Com tantos trabalhos que soam artificiais e sem vida, não há nada mais gratificante do que ter em mãos e poder escutar um disco que tem “apenas” cinco caras que plugam instrumentos e microfones e mandam ver,

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