Edição de estreia do
evento foi realizada no 74 Club, em Santo André e contou com as bandas Forkill,
HellArise e Necromesis
Por
João Messias Jr.
Forkill João Messias Jr. |
Em
uma entrevista, o saudoso Ronnie James Dio disse que as bandas de sua época
faziam de tudo para sair dos pequenos clubes e quando fui fazer essa resenha
justamente essa matéria me veio na lembrança. Entendo os pontos de vista do
saudoso baixinho, pois assim como num emprego, todos querem crescer e se
estabelecer. Por outro lado, se não houver os devidos cuidados, o calor humano,
a espontaneidade e a energia vão para o vinagre e a coisa acaba virando um emprego
comum, em que muitas vezes você está nele apenas pela grana.
Por
essas e outras, que apesar de cobrir shows maiores, algo que me motiva e dá
prazer são os eventos pequenos e bem organizados, que nos fazem ver de forma
clara e sincera que a base da cena está firme e forte, contrariando as pessoas
que dizem que o rock morreu. E um desses
eventos que embora novos, como o Aliança Underground, que em sua primeira edição mostrou promissores valores da
música pesada. Fruto de uma parceria entre a Warlock Produções e a Ataque
Extremo, o festival e realizado no 74 Club, reuniu
neste último sábado (17) as bandas Forkill, HellArise e Necromesis, este último
responsável pelo pontapé inicial da festa.
Necromesis João Messias Jr. |
Conhecidos
do público, Mayara Puertas (voz), Daniel Curtolo (guitarra e voz), Gustavo
Marabiza (baixo) e Gil Oliveira (bateria) fizeram o que o público queria: um
death metal variado, com nuances do technical, progressivo e partes brutais,
evidenciados nos vocais de Mayara. Todas essas características podem ser
notadas em The Life is Dead, que faz parte do novo EP do grupo, Echoes of a
Memory.
Com sua discografia se tornando mais extensa, a trupe não se esqueceu dos sons mais antigos e mandaram Building An Underworld e Demonic Source, esta da
primeira demo, The Dark Works of Art, todos muito bem recebidas pela galera, formada por sua maioria amigos e conhecidos, o que é interessante e válido, pois não adianta nada você tocar bem e ser estúpido e arrogante com o público.
HellArise João Messias Jr. |
Já
eram quase 21h quando a HellArise subiu ao palco. Após um período de incertezas
devido às mudanças de formação, as remanescentes Flávia Morniëtári (voz) e
Mirella Max (guitarra e backings) agora estão acompanhadas por Kito Vallim
(baixo), Felippe Max (bateria) e o guitarrista convidado Diogo Rodrigues. Comemorando
o lançamento da versão física do EP Functional Disorder, viabilizado pelo
crowdfunding, mostrando que ainda sim o poder está em nossas mãos por meio dos
financiamentos coletivos.
A
banda, sem cerimônias e rodeios, mandaram o melhor do death/thrash sons do EP,
como More Mindless Violence, More Than Alive e I don’t Belive, todas pesadas,
fortes e intensas, com um plus. Pois o que você ouve no EP, ouve ao vivo, sem
truques e maquiagens. O set contou com uma versão de Violent Revolution
(Kreator), a faixa-título do disquinho, que une com harmonia o peso do thrash
com as harmonias do metal tradicional. A grooveada Human Disgrace e Rest In
Pieces (Good Old Feeling), essa com um belo trabalho das guitarras, cujos solos
se aproximaram do hard rock. Agora é torcer para que finalmente as coisas
aconteçam para o grupo, pois já o fazem por merecer.
Forkill João Messias Jr. |
Faltando
dez minutos para às 22h, o Forkill mostrou o porquê de serem considerados um
dos melhores grupos de thrash no Brasil. Joe Neto (guitarra e voz), Ronnie
Giehl (guitarra), Gus “Guzzy” NS (baixo) e Mark Kosta (bateria) fazem um thrash
agressivo e energético, soando como uma versão atualizada das bandas da Bay
Area com um diferencial nas vozes, que possuem muito de Tank e Motorhead, o que
casou bem aqui. Com um álbum devastador na praça, que recebe o nome de
Breathing Hate, os caras não tiveram dó dos pescoços (e almas) dos presentes e
mandaram sons como Vendetta, a faixa-título e The Joker, que infelizmente
contou com alguns problemas na guitarra de Ronnie. Sanado o imprevisto,
mandaram mais sons, como a slayerizada Wardance e as inéditas Old School e Let
There Be Thrash, que mostram que não apenas a pegada fora mantida, mas ainda
mais agressiva.
Os
caras encerraram a noite com a “antiga” Brainwashed” e uma versão mais rápida e
agressiva para Seasons In The Abyss (Slayer), que contou com o final de Raining
Blood, fechando essa primeira edição do evento, que teve um balanço positivo,
com bom público, som audível para os presentes e grupos de qualidade.
Evidências presentes no evento, que promete soltar a segunda edição em breve.
Um comentário:
Compartilhamos da mesma opinião, meu chapa! Os shows pequenos, mais intimistas, são muito mais legais do que os maiores. Foi uma noite bem legal e uma fórmula que já já iremos repetir novamente. Valeu, Messiah!
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