Grupo do interior
paulista lança álbum conceitual que apresenta como tema serial killers
Por
João Messias Jr.
Art of Killing Divulgação |
Olha,
nada contra grupos que expressam sobre fadas, flores e jardins em suas músicas.
Concordo que em alguns momentos é necessário fugir da realidade, mas é
necessário que existam bandas que contem sobre as verdades que acontecem neste
mundo, mesmo que às vezes não seja algo legal de se contar.
Partindo
desse conceito, o quarteto Chaos Synopsis, de São José dos Campos, que usou
como tema em seu segundo disco, Art of Killing os serial killers. Só que a
trupe formada por Jairo (voz e baixo), JP (guitarra), Marloni (guitarra) e
Friggi Mad Beats (bateria, também Attomica) capricharam ao abordar o assunto,
dedicando uma música do disco para cada assassino.
O
clima de terror começa logo na capa, feita por Rafael Tavares com um corpo segurando
em uma mão a faca e na outra a própria cabeça que acabou de decepar, num
equilíbrio de cores, que faz o ouvinte entrar no clima. Após a habituação, o CD
abre com Son of Light, que é dedicada ao brasileiro Febrônio Ferreira de Matos,
conhecido como Febrônio Índio do Brasil, que era um monstro, que torturava,
violentava sexualmente suas vítimas e durante a noite era um leitor da Bíblia.
Tudo isso musicado no melhor do death/thrash, em que a banda se destaca pelo
cuidado nos arranjos e nos vocais de Jairo, que são desesperadores, a lá Lars
Goran Petrov (Entombed).
Já
Rostov Ripper, dedicada ao ucraniano Andrei Chikatilo, mantém o clima
assustador, só que com mais passagens cadenciadas e vocais inspirados, que vão
dos gritos de terror ao narrações mórbidas, de forma uniforme. A seguinte, Bay
Harbor Butcher, cujo personagem é o americano Dexter Morgan é mais técnica e
cadenciada, com um trabalho de guitarras de fazer inveja ao The Laws of Scourge
(Sarcófago), assim como a empolgante Red Spider, em que o homenageado é o
polonês Lician Staniak
O
inesperado toma conta B.T.K. (Bind, Torture, Kill). No meio da pancadaria
aparece um solo inesperado, inspirado no country americano e a levada marcial
de Monster of the Andes, que soa como uma trilha do Holocausto se destacam na
reta final do disco, que se encerra com a instrumental Art of Killing, que faz
uma espécie de geral no trabalho, resgatando os climas das faixas anteriores.
Art
of Killing é um disco que fará a alegria dos fãs de death/thrash, que apresenta
uma riqueza de detalhes em suas canções e nos temas, que embora fortes, são necessários
para mostrar que nem apenas de flores vive o mundo, mas de catástrofes e
tragédias, que de certa forma, nos inspiram a tomar novas atitudes e rever
conceitos.
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