30 de janeiro de 2014

CHAOS SYNOPSIS: “O RESULTADO FINAL FICOU EXCELENTE E MOSTRA O DESESPERO DA VÍTIMA DE UM MANÍACO”

As palavras acima definem perfeitamente o enredo do clip de Son of Light, faixa de abertura de Art of Killing, segundo álbum do quarteto de death/thrash Chaos Synopsis. Apesar de falarem de serial killers no novo disco, o quarteto formado por Jairo Vaz (baixo e voz), JP (guitarra), Marloni (guitarra) e Friggi Mad Beats (bateria, também Attomica) fizeram algo diferente: dedicaram uma faixa do disco para cada personagem. Todas embaladas por um ritmo caótico, pesado, denso e extremo, que vai fazer a alegria de fãs de death e thrash metal.

Nessa entrevista feita com o Jairo Vaz, o músico nos conta da criação, concepção do disco e até de uma lição de casa que os headbangers devem fazer.

Confiram:

Por João Messias Jr.

Chaos Synopsis
Divulgação
NEW HORIZONS ZINE: A banda lançou em 2013 seu mais recente trabalho, o álbum “Art of Killing”. O que estão achando da sua aceitação perante público e mídia.
Jairo Vaz: A recepção de “Art of Killing” tem sido muito massa, as resenhas e os fãs tem curtido muito a música e levado essa empolgação toda aos shows.

NHZ: Apesar de não serem os primeiros a escreverem sobre o tema Serial killers, vocês fizeram algo interessante no qual falarei nas próximas linhas. Como surgiu a ideia de usar esse tipo de assunto?
Jairo: Na época escrevi uma letra baseada no seriado Dexter, a música “Bay Harbor Butcher” e a partir dai surgiu a ideia de tratarmos de um assunto só no CD, mas de uma maneira onde fosse um personagem para cada música.

NHZ: Durante essa pesquisa, houve algum momento em que pensaram em desistir do projeto por causa das insanidades dos personagens?
Jairo: Nunca! Sempre curti muito essa parte mais sombria do ser humano, além de toda a investigação policial que houve nos casos, são assuntos que me interessam muito quando em livros, no cinema e musicalmente.

NHZ: Após a pesquisa, como foi musicar as canções do disco. Deve ter sido diferente criar canções para um projeto que obedece a um conceito. Como foi a experiência?
Jairo: Na composição acabamos fazendo o contrário, fizemos todas as músicas e dai fomos sentindo o clima de cada uma e vendo qual encaixaria melhor nas letras, embora algumas já terem sido pensadas especificamente para o serial killer em questão.

NHZ: Vocês dedicaram uma música para cada personagem. Por que resolveram fazer neste formato?
Jairo: Achei que ficaria legal focar em várias pessoas diferentes, de lugares e culturas diferentes, desse jeito a única possibilidade seria cada música falar sobre um serial killer. Assim pude colocar também algumas informações no encarte para o pessoal ficar mais por dentro de cada maníaco de “Art of Killing”.

Art of Killing
Divulgação
NHZ: A abertura do disco é com “Son of Light”, dedicada ao brasileiro Febronio Índio do Brasil. Por que escolheram essa faixa para abrir o disco?
Jairo: Além de a música ser totalmente Chaos Synopsis, rápida e com uma pegada forte, era uma escolha interessante, abrir uma música com um tema sobre um brasileiro, com refrão em português. Tanto o pessoal daqui do Brasil quanto os gringos pegam bem com essa coisa do português.

NHZ: Essa faixa também foi o primeiro vídeo do trabalho, que possui algumas imagens fortes. Estou perguntando isso, pois infelizmente temos no funk mulheres seminuas e a censura não breca, mas como se trata de uma banda de metal e não está na grande mídia, pode gerar problemas. Chegaram a ter algum tipo de retaliação por isso?
Jairo: Até o momento ainda não, o Vinicius da CS Music Videos tomou o cuidado de editar de uma maneira que mostrasse a cena, mas não aparecesse muito além, que pudesse de alguma maneira censurar o vídeo. O resultado final ficou excelente e mostra realmente o desespero de uma vítima de um maníaco.

NHZ: A capa é muito bonita, com uma imagem chocante e o bom uso das cores cinza e vermelho. Quando comprei o CD com vocês, vi que colocaram um slipcase. Houve algum problema para a venda e disponibilização do álbum por causa da arte?
Jairo: Não tivemos problema, a ideia do slipcase foi para trazer um algo a mais para o trabalho, e acho que ele faz muito bem essa parte, com todo aquele sangue e só o logo da banda, mas ao abrir o CD é que vem a verdadeira face. É o mesmo lance dos serial killers, olha-se de fora uma imagem, mas a imagem interna é muito mais brutal e não são todos que conseguem aceitar o que veem.

NHZ: O disco está sendo distribuído pela Lab6 no Brasil. O que estão achando do trabalho do selo?
Jairo: Excelente. O CD já está em sua segunda prensagem brasileira e devemos partir pra terceira ainda esse ano, com a ajuda espetacular do LAB6 e o mestre Fabio Zperandio (War Inferno, ex-Ophiolatry). Não posso deixar de citar também nosso selo europeu, a Psycho Records que fez uma distribuição muito boa no velho continente, com resenhas excelentes de vários locais do globo.

NHZ: O baterista Friggi Mad Beats também faz parte do Attomica. Como fazer para que as agendas não entrem em conflito?
Jairo: Mantemos contato diariamente e temos uma agenda conjunta dos shows das duas bandas. Além disso, já contamos com a ajuda do batera Leonardo Mancilha da banda de death metal Rectal Collapse, um monstro das baquetas e que, caso tenhamos conflitos de datas, toca tranquilamente todo o set do Chaos.

Chaos Synopsis
Divulgação
NHZ: Para encerrar, recentemente a banda Nervochaos lançou o box 17 Years of Chaos, em que sintetizam os dezessete anos de vida da banda, falando das dificuldades, mudanças de formação, roubadas, entre outras coisas mais. Na opinião de vocês, é necessário que os novos headbangers assistam esse tipo de documentário para saberem como é realmente a vida de uma banda de metal no Brasil?

Jairo: Tenho que falar, que DVD espetacular. Acho interessante todos assistirem porque aquilo é uma lição de como ser perseverante com aquilo que se ama, ter banda de metal extremo é ter muito amor, porque o rock é uma lasqueira só, mas vale todo o esforço, porque ROCK é que faz o coração bater mais forte, a cabeça balançar e a boca ficar cheia de cerveja.

NHZ: Muito obrigado pela entrevista! Deixe uma mensagem aos leitores desta publicação.
Jairo: Rockeiros e rockeiras, obrigado pelas excelentes rodas que tem nos proporcionado em cada show, nos divertimos demais trocando essa energia toda na hora do show. Chaos Synopsis é isso, rock e diversão. Esperamos vê-los todos pela estrada.

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