20 de agosto de 2019

VALEU ESPERAR



Quarteto lança novo disco de inéditas com um surpreendente poder de fogo musical

Por João Messias Jr.

Resenhar uma de suas bandas favoritas é uma tarefa ingrata, pois você acaba misturando emoção e razão (enfatizando sempre o primeiro), então em alguns casos é necessário dar um tempo, conter a ansiedade e assim, partir pra resenha.

Pois bem, já fazia tempo que os fãs do grupo aguardavam um novo registro de inéditas desde The Last File (2000), visto que Re-Lapse (2014) são regravacões dos clássicos. 

Eis que em 2018 essa espera acabou, com A Circus Called Brazil, que tranquilamente fica ao lado dos clássicos Simoniacal e Mental Slavery.

Alexandre Cunha (vocal/bateria), Décio (guitarra), Dumbo (guitarra/vocal) e Morto (baixo) ,mantiveram o thrash afiado e irreverente dos primeiros tempos, mas com uma pegada atualizada, sem aquele ranço datado, o que foi ótimo.

Essa vibe ouvimos em Fleeing Terror, que é um encontro dos riffs dos primeiros dias do grupo com um groove marcante. E falando nas frases de guitarra, Lucky apresenta alguns arrasadores.

Cure & Disease é uma grata surpresa. Mais acessivel e com uma pegada Black Album (Metallica), conquista de imediato. Toy Soldier começa quebradona e depois mete os pés no peito do ouvinte.

O disquinho ainda tem uma versão irada para Speedfreak (Mötörhead) e a épica faixa título. Apresentando climas viscerais e trampados, possui uma letra genial. Cutucando a ferida dos alienados cientistas políticos que temos hoje.

Sim, a produção a cargo de Tiago Hóspede (Worst, Dead Fish) é fantástica, assim como a capa e o encarte feitos por Cleiton Amorim.

Além disso, vale dizer que em termos de arranjos e vozes, seguramente é o melhor trabalho do quarteto, que seguramente lançou um novo clássico do thrash metal nacional.

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