8 de agosto de 2019

O LANCE COMO DEVE SER



Trio paulista lança EP ao vivo mostrando espontaneidade e metal de forma sincera

Por João Messias Jr.

Cabelos longos, tenis branco de cano alto e jeans colados. Esses são alguns dos "símbolos" que representam o heavy metal. Não menos importante, outro símbolo do estilo eram os bootlegs.

Explicando de forma simples, bootlegs são trabalhos captados em áudio ou vídeo, de forma artesanal, com um gravador, uma câmera ou direto da mesa de som, cujo resultado soa mais rústico e honesto. Bem diferente dos "ao vivo" que rolam por aí. Inclusive os erros ficam nessa gravação.

Basicamente é essa intenção que passa o atual registro do Insanitah, o EP V8 Na Cena. Gravado em abril de 2018 no estúdio V8,  o disquinho mostra o trio, que contava na época com João Paulo Marcondes (guitarra/vocal), Fernando Palmieri (baixo/vocal) e Alex Kruppa (bateria, posto que hoje conta com Osmar Oga Jr.) fazendo uma espécie de ensaio aberto para os amigos.

Esse clima mais próximo e descontraído é perceptível nos intervalos de cada canção, reforçando mais o caráter do EP.

Musicalmente temos um mix de sons novos e outros que fizeram parte do EP The Mecanism of Forgotten Ages, como The Hatesong e Blue Hell, que evidencia o curioso mix do grupo, cujas referências são Iron Maiden, Death e Kreator.

Além das já conhecidas, temos as inéditas Dreams of Shadows e Scorn. A primeira é uma mistura de black metal com o technical death caracteristico do trio, que apresenta o baixista nos vocais. Já a segunda é na linha mais tradicional dos caras, com destaque para as linhas de bateria, que fundem samba e maracatu na tempestade metalica do grupo.

Ainda temos uma versão para Fear of Napalm, do Terrorizer. Registros como V8 Na Cena são importantes para nos mostrar algo que nós, camisas pretas esquecemos já faz um tempo.

Que heavy metal não tem de ser apenas bem feito e tocado, mas possuir  coração e espontaneidade.

Um comentário:

Unknown disse...

Cara, que satisfação ler suas resenhas!

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